Vinhedo, Valinhos e Louveira se engajam em prol do retorno do trem ferroviário

2 de setembro de 2011 ·

A Câmara de Louveira sediou na noite de quarta-feira, 31, a 5ª Audiência Pública da Campanha CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas que está percorrendo cidades do estado para divulgar a ideia de extensão das linhas ferroviárias de Campinas a São Paulo, passando ainda pelos municípios de Louveira, Vinhedo e Valinhos.

A campanha conta com o apoio dos vereadores Carlinhos Paffaro (PR) de Vinhedo, Reginaldo Lourençon (PSDB) de Louveira e Lorival (PT) de Valinhos que encabeçaram a ideia desde o início, sendo os representantes oficiais do município nos eventos, apresentando os benefícios deste tipo de transporte de passageiros ao Estado.

Cerca de 300 pessoas entre estudantes de colégios técnicos, integrantes do sindicato e autoridades da região estenderam seu apoio à causa. Fizeram parte da mesa, além de Paffaro, Lourençon e Lorival, os deputados estaduais: Pedro Bigardi (PCdoB/SP) também coordenador da Frente Parlamentar de Logística (FrenLog) da Assembleia Legislativa de São Paulo e o vice-líder da bancada do PSDB Cauê Macris; o presidente do Sindicato Francisco Felício, o prefeito de Valinhos Marcos José da Silva, os presidentes das Câmara de Vinhedo e Louveira, Adriano Corazzari (PSB) e Estanislau Steck (DEM) respectivamente; representantes da OAB, CIESP, entre outras entidades representativas, técnicos e especialistas em transportes.

Lourenção abriu as discussões destacando alguns dos benefícios deste tipo de transporte, como economia, preservação do meio ambiente, rapidez, entre outras vantagens. “Hoje é impossível falarmos de outro transporte público de qualidade senão o ferroviário, já que é o único que poderá desafogar nossas rodovias, beneficiando mais de 1,5 milhão de habitantes. Sem falar no ganho ambiental, no baixo-custo a população e no desenvolvimento dessas regiões”.

França, como é conhecido o presidente do sindicato, disse que as ferrovias não receberam o tratamento necessário nas últimas décadas pelos governos, que privilegiaram o transporte rodoviário no Brasil. “A ferrovia veio sendo tratada de forma discriminada sobrevivendo apenas com o custeio necessário à sua manutenção o que fez com que fosse condenada à privatização”.

Por causa disso, segundo ele, os passageiros foram deixados de lado, inclusive com a perda pelo Estado de 32 vagões que realizam este tipo de transporte. “Agora nem mesmo o transporte de carga ficou como se pudesse fazer algum benefício à população, mas por outro lado as condições são favoráveis à obra, já que neste trecho já houvera o transporte de passageiros pelas linhas da Fepasa”.

Outro aspecto importante abordado por França é a diferenciação entre o projeto para extensão das linhas da CPTM de São Paulo a região de Campinas e do Trem de Alta Velocidade (TAV) há vários anos em estudo pelo governo federal. “Esse trem que propomos não irá conflitar em nada com o TAV, porque queremos um transporte popular que tenha viabilidade econômica e de excelente qualidade para favorecer a mobilidade urbana de uma das regiões mais ricas do país”, explicou.

Pedro Bigardi abordou as principais discussões na frente de logística da ALESP destacando que sem planejamento regional e mobilidade urbana o Estado poderá sofrer grandes prejuízos. “Antigamente os municípios ficavam centrados em seus próprios problemas, atualmente pensamos em regiões e tem que ser assim, pois estamos muito ligados e dependemos uns dos outros. E hoje não conseguimos pensar em um planejamento regional sem pensar em mobilidade urbana [...] Se erraram no passado ao priorizar o transporte rodoviário, é hora de rever isso”, sugeriu.

Cauê Macris também concordou com o caos vivenciado nas rodovias e nos aeroportos e, que alternativas precisam ser feitas, independente do tipo de transporte urbano a ser adotado. “Com certeza o governo apoia esse estudo e temos que levar essa proposta até a CPTM e até o governador que por sua vez deverão estudar a viabilidade econômica e ambiental do projeto. O mais importante é ter vontade política e isso nós estamos tendo”.

O presidente do Legislativo vinhedense, Adriano Corazzari se prontificou em levar o projeto também para as reuniões do Parlamento Metropolitano de Campinas - associação que reúne as dezenove câmaras municipais da RMC – chamando a atenção para as Audiências Públicas Orçamentárias do Estado, que acontecem este mês na região, “importante ferramenta para se discutir o retorno do transporte ferroviário no Estado”.

Paffaro destacou os velhos tempos em que a ferrovia era um dos principais meios de locomoção do país, trazendo progresso e riqueza por onde passava. “Estamos em uma das regiões mais ricas e que paga um dos impostos mais altos do país. Tenho certeza que o projeto será uma referência para o Brasil; nós só temos a ganhar com o retorno dos trens de passageiros”.

No final dos discursos das autoridades que compuseram a mesa, o público pode fazer suas considerações sobre o tema, apresentar seus questionamentos e trazer sua contribuição ao evento. Todos os que pediram a palavra foram unânimes em reforçar os benefícios do retorno do transporte férreo para a região.

No próximo dia 12 de setembro é a vez da Câmara de Valinhos sediar o evento, seguido do município de Jundiaí que realiza no dia 16, e Vinhedo no dia 30 de setembro. Todas as audiências públicas são abertas a população.

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