Parlamento Metropolitano pede explicações à CPFL sobre mudança no pagamento das contas

21 de fevereiro de 2011 ·

Com a participação de doze municípios entre os dezenove que compõe a Região Metropolitana de Campinas (RMC), a cidade de Indaiatuba sediou no último dia 16, a primeira reunião do ano entre os presidentes das câmaras municipais, reunindo cerca de 60 autoridades.

Fizeram parte da mesa o presidente Rogério Maluf (Monte Mor), vice-presidente Cidinho Fróis (Vinhedo), 2º secretário José Ricardo Cortez (Santo Antonio de Posse) e o tesoureiro e anfitrião Hélio Ribeiro. Além de Cidinho, o atual chefe do legislativo de Vinhedo, Adriano Corazzari (PSB), esteve presente no evento, já que a partir do segundo semestre representará o município oficialmente na associação.

O prefeito do município sede, Reinaldo Nogueira fez uma saudação aos presentes, ressaltando a importância da união entre prefeitos e vereadores para o engrandecimento da RMC e citou a recém-criada Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano do governo estadual “importante ponte entre as necessidades da região e o governo, facilitando o trabalho e desenvolvimento da região”.

Nogueira destacou também o sistema de monitoramento inteligente implantado em Indaiatuba – em funcionamento na cidade de Vinhedo também desde o início deste mês - que reduziu em 52% os indíces em roubos e furtos de veículos, convidando os parlamentares para visitarem a central. “Seria muito importante que todos os municípios da RMC conseguissem fazer o mesmo; seria um grande passo”, destacou.

Pauta

Em seguida, Maluf retomou os trabalhos e apresentou os novos presidentes eleitos na RMC participantes da reunião, fazendo uma breve exposição do Estatuto do Parlamento. Com o novo estatuto, aprovado no final do ano passado, além dos presidentes, cada Câmara pode eleger até um quinto dos seus vereadores para representar sua cidade no Parlamento, ampliando as discussões e mantendo a continuidade das propostas mesmo com a troca dos membros.



Contas de energia

O grande assunto da manhã foi à mudança na forma de pagamento das contas de energia elétrica, serviço gerenciado pela CPFL, a partir das explanações do diretor da empresa, Mauro Magalhães. Desde agosto de 20110 as casas lotéricas não recebem mais o pagamento das contas de luz da CPFL, pela não renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal. Além das lotéricas e Caixa Econômica Federal, outros bancos também não realizam mais o serviço na “boca do caixa” ou limitam-o a clientes.

Magalhães explicou que o motivo são as altas taxas cobradas, sendo estes os maiores custos na contas. “O custo para receber a conta é o nosso maior gasto. Até 100% de aumento nas tarifas foi proposto e não há nenhuma agência que regule isso. Com esse dinheiro que estaremos economizando, ampliaremos os números de estabelecimentos comerciais conveniados e reverteremos em melhorias na infraestrutura para os municípios atendidos”, informou.

Ele também detalhou o programa denominado “CPFL Total”, planejado para suprir a ruptura do convênio, já em vigor, por meio de parcerias com estabelecimentos comerciais para recebimento das contas de luz e outros boletos. “Isso trouxe mais comodicidade aos usuários porque em bairros que não tinha nenhuma lotérica ou banco, agora tem um ou mais pontos em que ele pode pagar sua conta. São três vezes mais pontos operando que o de número de lotéricas”, justificou.

O diretor esclareceu ainda que os comércios são remunerados, com valores que variam dependendo do número de transações, citando como exemplo a cidade de Hortolândia que possuia cinco lotéricas e agora possui 23 pontos conveniados. Há alguns requisitos que devem ser preenchidos para se tornar um conveniado, como a proibição a bares e a exigência de pelo menos um ano de existência do comércio.

Apesar das explicações do representante da CPFL, muitas foram às críticas das autoridades presentes, principalmente com relação à divulgação do serviço. Aspectos como segurança dos locais, instabilidade dos pontos e qualificação pessoal foram imensamente cobrados. “Foram muitos os problemas vivenciados, temos notícia até de onda de assaltos a esses lugares, O consumidor está perdido. Eu nunca vi isso na minha vida, o consumidor querer pagar e não ter quem receber. Nem na CPFL vocês recebem; isto é um absurdo”, criticou o vereador de Indaituba Luiz Alberto Pereira, citando o tempo de sobrevida dos comércios, divulgação mal feita e segurança como os principais entraves do projeto.

Sobre a divulgação Magalhães informou que além da grande mídia a empresa está fazendo uso de carros de som, reuniões com representantes de bairros, líderes religiosos, entre outros, para disseminar a ideia. No entanto, assumiu a culpa de que a estratégia comunicacional utilizada foi insuficiente. “Nós fizemos comerciais com a Ana Maria Braga nas principais emissoras e achamos que isso seria suficiente. Agora estamos investindo em outras formas de comunicação que atinjam todo o público. O que eu puder fazer para auxiliar vocês, nós faremos”.

Quanto à segurança dos locais, o diretor disse que alguns comércios já podem pagar vigilante por causa do dinheiro arrecadado com o volume das transações e que a divulgação será estendida. “Os quatro primeiros meses foram realmente muito ruins. Mas agora tudo está sendo normalizado. Desde já estamos providenciando nas contas os três endereços para pagamento que fiquem mais próximos das residências dos consumidores”.

No final das discussões, que se estenderam por toda manhã, Magalhães disse que a CPFL disponilizou um gerente responsável pelo projeto em cada município e que quaisquer problemas ou sugestão de novos pontos, podem ser tratados com ele.

Segundo a CPFL 22% dos usuários possuem débito em conta, 10% utilizam o meio eletrônico (internet e caixa eletrônico), 23% caixas das agências bancárias e 45% pagam em um dos pontos conveniados pelo programa CPFL Total.

No município de Vinhedo, segundo consulta no site da empresa realizada no dia 17, há 10 comércios autorizados a receber o pagamento.



Outros assuntos

Os presentes puderam conhecer também o site do Parlamento Metropolitano da RMC que em breve estará no ar, trazendo informações importantes dos municípios que integram a região, além das notícias da própria instituição.

Os padágios nos municípios de Cosmópolis, Paulínia, Nova Odessa voltaram à pauta dos assuntos, desta vez, pela cobrança da tarifa às Guardas Municipais. Uma Moção de Repúdio assinada por todos os presentes foi aprovada e será encaminhada ao governador para que “medidas urgentes sejam tomadas”, segundo reforçou o presidente do Parlamento.

Na próxima reunião, marcada para 23 de março em Campinas, alguns assuntos já estão previstos para serem discutidos, como a utilização de um canal aberto em UHF para divulgar as ações do parlamento, a importância das Organizações Sociais de Saúde (OSS) para as santas casas municipais e alguns pareceres considerados “arbitrários” emitidos pelo Tribunal de Contas.

Para Adriano Corazzari e Cidinho Fróis, a reunião foi muito produtiva e cada vez ganha mais força para pleitear melhorias conjuntas entre os municípios. “A RMC tem uma grande força e nós temos que aproveitar isso para reverter em melhorias aos dezenove municípios”, enfatizaram.

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